Voando baixo

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Um plano foi estruturado no governo passado para desenvolver o Vetor Norte, usando o entorno do Aeroporto de Confins, não decolou da maneira esperada. Com o retorno dos voos comerciais ao Aeroporto Carlos Drummond de Andrade (Pampulha), o Vetor Norte tende a esvaziar e se transformar em um “elefante branco” da cidade. O Aeroporto Internacional de BH (Confins) gera 600 empregos diretos e aproximadamente 7.000 vagas indiretas, fora a importância econômica para a região.

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Para Raquel Faria, colunista do Jornal O Tempo, todas as atividades do Aeroporto de Confins devem diminuir com a redução de voos, com isso moradores de Pedro Leopoldo, São José da Lapa, Confins, Lagoa Santa e Vespasiano ficariam apreensivos. Ela usou o título “Vetor sem Norte” no texto que publicou.

O Ministério dos Transportes divulgou no dia 25 de outubro uma portaria que revoga a proibição de transferência de voos (discutida amplamente há poucos meses) e tumultuou a bancada mineira aliada, ou não, do presidente Michel Temer (PMDB). Segundo o deputado Fábio Ramalho (PMDB), coordenador da bancada, a maioria é a favor do retorno dos voos para a Pampulha, alegando maior comodidade para a população da capital. Rodrigo Pacheco (PMDB) disse que os representantes de Minas precisam discutir o assunto junto com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), pois a transferência travaria o crescimento econômico da região de Confins.

Juninho Fagundes, presidente da Câmara Municipal de Lagoa Santa, divulgou em suas redes sociais, fotos de um encontro com representantes da BH Airport para discutir ações visando o fim do acordo de transferência de 155 voos para o Aeroporto da Pampulha. No texto Juninho disse que “a transferência dos voos é uma afronta aos governantes regionais que lutam pelo desenvolvimento. É uma afronta aos empresários e trabalhadores que dependem de todo investimento que foram feitos no aeroporto de Confins”.

Em poucas palavras ele convoca todos os vereadores, prefeitos, empresários e comunidade para lutarem pela causa. “Se cada um fizer a sua parte certamente os governantes de Brasília nos ouvirão”, opina Juninho.

A BH Airport se posicionou através de nota enviada a imprensa dizendo que retomar as operações na Pampulha configura um sério rompimento da segurança regulatória. “A decisão do Governo Federal também é prejudicial porque condena o Aeroporto a perda de conectividade aérea com redução das opções de destinos ou eliminação dos voos internacionais”, explica.

Parte da nota divulgada pela BH Airport

Para a empresa suíça Zurich Airport, a permissão gera instabilidade jurídica e econômica para o negócio firmado com o governo brasileiro, pois a licitação de privatização do aeroporto de Confins não mencionava a retomada das operações no outro terminal. “A decisão unilateral e arbitrária tomada pelo Governo Federal durante um período de concessão representa uma ameaça significativa para o sucesso econômico do projeto de concessão. As decisões dos investidores privados para se envolverem no mercado aeroportuário no Brasil são tomadas com base na confiança de que seus investimentos não serão expostos a riscos inesperados”.